terça-feira, 27 de abril de 2010

Primeiras Primaveras

Primeiras primaveras
Flores mal desenhadas éramos ainda, menino
Quando escapou-me dos seus olhos um líquido violeta cheirando jasmin
Escorreguei naquilo: visgo, óleo, seria lume perfumado?
E dançamos silêncios.


Teria sido assim o começo
De quantas primaveras?
Seus olhos de sempre...
Não há, todavia, som
Seus olhos, raros de mim
Guardam silêncio
Seus olhos, menino, cheiram jasmin...


Há quantas primaveras?
Quantas primaveras? Estão, serão?
Muitas vezes longe, raros de nós, quase perdidos no silêncio;
Mas há um há, o é -.
Porque seus olhos calados me lembram uma coisa
que não é para eu esquecer
e, às vezes, eu quase perco.
E isso você não sabe, talvez.
Está no relance, escapa
E escorrega sempre.

Ludmila Benquerer

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